Quando apetece escrever e não se tem que escrever, o que fazer?
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Miguel de la Bastide ajuda a pensar mas, mesmo assim, não sai nada de jeito dos dedos.
O meu grande pensamento, ultimamente: ERASMUS, sim ou não? Não sei se vou ou se fico, e tenho uns dias para decidir. Mas não queria decidir isto com a ânsia de libertação com que agora ando, pode ser mau caso isto passe...
Mas, a verdade é que não sei, sinceramente, se acabarei este ano o curso. A coisa tem corrido bem agora, mas com as cadeiras que tenho para trás não sei mesmo se o acabarei, e talvez por isso pense em acabar com ERASMUS este belo curso.
Caso acabe este ano, e se se confirmar que não existirão bolsas para o 2º ciclo, não irei, quase de certeza, fazer já o 2º ciclo. Gostaria imenso, mas quase 1500€ de propinas é muito para a minha carteira. Não é um drama para mim isto, pois arranjarei um trabalho - não tenho medo de trabalhar -, juntarei algum, e depois sim, tirarei o belo do 2º Ciclo em Jornalismo.
E, sinceramente, o estrangeiro volta à baila, e volta a ser uma alternativa bastante fiável. O que encontrei em Bristol foi uma realidade aliciante, ao nível de trabalho, e ao nível de relações humanas. Claro que iria sentir saudades de um milhão de coisas, mas como ultimamente parece este o sentimento mais doloroso na minha curta vida, a saudade, talvez até lá me habitue a gostar deste tipo de saudade.
Quem sabe mesmo se não será Bristol a acolher-me, ou Londres, ou Paris, sei lá...
Não quero mesmo é sobrecarregar os meus pais, não quero ser ainda mais um cansaço... Quero que eles aceitem, caso emigre, e que me possam visitar, claro. Sei que será muito difícil para eles, os dois, a minha ausência, também me dói pensar nisso, mas eles entendem a minha posição, talvez como eu não entenderia.
Coloco bastantes hipóteses na mesa (ou no teclado), mas consciente que nenhuma delas vai ser fácil para mim.
Claro que ainda há a hipótese de não chegar ao próximo Setembro, e aí não teria muito a decidir...
Para já, sou um jovem pensativo, melancólico, ferido, mas optimista! Sim, optimista, e acho que é o que me mantém [para além do optimismo que os meus amigos depositam no meu ser] .
Quem me acusou de ser "sonhador" não me magoou, antes pelo contrário, só mostrou que me conhecia, e a verdade é que talvez por ter tanta admiração pelos sonhos de cada um, e pelos meus, consigo ter sempre uma réstia de esperança dentro de mim.
Talvez sonhe que as coisas acontecerão rápido demais, que serei feliz em dois tempos, mas o sonho vai ficando comedido à medida que o tempo passa, e, sem desaparecer, impede que a desilusão apareça. Será assim na vida de tanta gente!
Já escrevi a minha parte do diário, do desabafatório! Mas hoje estou com pica para escrever um livro. Mau livro, mas livro. Não dizem que é nos picos que se consegue atingir a inspiração suprema? Estou num desses picos, quem sabe qual? Eu sei!