quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Os 75 anos da Acção Católica

Estive para escrever cá no passado domingo, a propósito do Aniversário da Acção Católica, ou melhor, do dia em que se festejou os 75 anos desta. Foi um prazer ter ido ao Porto naquele dia, não só pelo convívio com os restantes militantes do MCE que lá se encontravam, mas por ver tanta gente da Acção Católica, incluindo algumas caras que já não via há alguns tempos.
Como militante antigo do MCE, para mim a Acção Católica, a sua história e o seu contributo claro para o futuro da Igreja e do país são coisas que tenho bastante presentes. E foi bom ouvir um perito sobre "Acção Católica" - parece estranho existir tal -, Paulo Fontes, que foi militante do MCE mesmo no início (transitou da JEC se não me engano), e, como disse a pessoa que o introduziu, "foi o primeiro coordenador do MCE depois da junção entre JEC e JUC."

Depois, foi a vez do Bispo do Porto, D. António Clemente, discursar sobre a importância da Acção Católica, principalmente, no trabalho laical. E foi, provavelmente, a intervenção de que mais gostei. Clareza de ideias, um discurso fluído e perceptível onde foi falando de alguns podres da Igreja actual, com piadas pelo meio. Ainda ontem me lembrei de uma muito boa: a Fábrica da Igreja, que para ele deveria existir não para fazer edifícios e construcções mas para "fazer filhos de Deus - é para isso que serve a Fábrica - fabricar filhos de Deus". Também enviou alguns recados a padres, bispos e leigos, inclusivé os da Acção Católica.

A verdade é que conheço muita gente da Acção Católica que vive em constante luta armada - queixam-se que a Igreja não nos liga, que não nos apoia, que não nos dá Padres... Enfim, algumas até podem ter algum fundo de verdade, eu concordo, mas estamos na altura de passar a ter outra mentalidade. A mentalidade de luta da Acção Católica tem que ter uma componente de esperança e fé - afinal é Católica esta Acção. O futuro dos Cristãos passa por acreditarem que podem fazer muito com o pouco que têm. Penso que não há outra forma. E se nos identificamos com aqueles que menos têm e que mais sofrem, que moral teremos nós de exigir tanto quando acreditamos que os têm tão pouco podem também conseguir uma vida melhor, se forem preserverantes na fé e na esperança? O testemunho de Esperança; As pontes de Esperança com Outros; A encarnação dos valores de Cristo... é por isto que teremos de nos pautar. Ainda assim, não esquecendo a luta, não por nós, Movimentos, mas pelos que menos têm, pelos que mais precisam. A luta e a História não podem mesmo ser travadas.

1 comentário:

Sandra Silva disse...

É bom relembrar...